2.01.2013

A Death in The Stoning of Persepolis (under construction, tentative title)

Persepolis-The Stoning of Soraya M. - Frontline's 'A Death in Tehran' sequence, 2007-8-9, three different cinematic instances, most certainly different in artistic merit. An one world orderian pervasive perspective on Iran as an Islamic Republic - moreover, by association, on Islam as a political entity -, though, in question in said movies and documentary, all in all displaying the same frequence.



Persepolis


O exílio é a única solução que rima com emancipação, o preço da liberdade também se afirma abroad - em vernáculos outros, como desde logo, a narrativa conduzida dot fr. Sintomaticamente, a religião é depurada por indexação estatal - é hipócrita por definição, ridícula e repressora. A etnografia comparada movida pela trajectória Irão-Ocidente-Irão-Farancia no domínio explícito da aferição moral da religião que perpassa em Persepolis, o filme, aponta pois no sentido do secularismo como necessidade. A religião, mormente a de estado, no Irão, é absolutizada em agências de tiranetes e não há excepção clerical, digamos assim, que se apresente. Ora, no livro há pelo menos uma - num momento decisivo da vida da autora, que o filme deliberadamente (por acaso, né?) sonega.
Em lugar de ser um mero detalhe, esta é a chave da transcrição em causa.
Na síntese moderna, por assim dizer do cinema rolando uma BD, no caso de Persepolis, o Islão político do Irão enquanto república islâmica é repetitivo e perverso, é nefasto. A prática religiosa, aparentemente omnipresente, restringe-se ao controlo policial ou tem neste seu principal veículo; policial, prisional, militar... Ouve-se falar em mártires, uma rápida intel sobre a guerra com o Iraque e quê, mas de novo o aproveitamento político, nomes de ruas e bater no peito - até só o aproveitamento político ressaltar.
Quando a prática religiosa dirigida pela sinceridade devia ser a bitola ante a qual avaliar uma prática política declaradamente religiosa - that's religiously! -, o imperativo categórico de leitura relativista blinda o devir. Por muito que à BD de origem se possa apontar grande cepticismo face ao islão como móvel político moralmente ciente no Irão, sua narrativa não é exclusivista - e a sinceridade biográfica evidencia o encontro de "um homem verdadeiramente religioso". (:294) Na adaptação ao cinema de Persepolis, porém, a impressão da religião como condutora legal é tal qual necessariamente sanguinolenta.

 
 Hollywood aplaude a redução, decerto, mas que diz Satrapi, que a co-realizou, quanto à natureza da omissão? E que dizes tu ao certo?


The Stoning of Soraya M.



The Stoning of is a classic Hollywood-apllied exercise disguised in realism.


A obediência ao Ayatollah em função da imposição da virtude é alegada pelo pretenso líder religioso da aldeia, no convencimento de um simples ao perjúrio;
 

Tal obediência é feita equivaler ao Islão.



Ante o suposto líder religioso (o dito mullah) e o 'divorciador', por um lado, de pé, e seu filho, sentado, o simpleton do mecânico lá da aldeia remete, temente, a Deus. Supostamente, o espectador simpatiza com o mecânico, que acede a ser testemunha do pretenso adultério - pretendido pelo 'divorciador' para poder livrar-se da esposa e tornar a casar - para salvar o filho, ameaçado:

 

O motivo alegado pelo citado 'divorciador', é que sua esposa se terá metido consigo, o mecânico, nomeadamente dizendo-lhe coisas que só um marido deve ouvir. Isto porque numa primeira fase do 'repúdio', a senhora em causa, mãe de filhos, havia ido trabalhar para casa do sr. mecânico. Tratando de uma fabricação completa, 'tá feito o contexto.


A vantagem de recorrer a personagens-tipo, do ponto de vista da 'economia da obra' - ou da limitação voluntária da narrativa & subentendida relegação do espectador para a menoridade mental -  é que as coisas são tal e qual. Para duvidar, lá está, também há uma personagem tipo, feminina, a tia da vítima, que funciona tipo elevação consciente [providencial conexão nativa com o mundo, assegurará a transmissão da mensagem ao "Ocidente", interpretado pelo passante Caviezel] no seio das trevas da religião. Esta, a religião, é expressa pela turba - que é a comunidade da pseudo-adúltera e do seu maquiavélico wanna-be-EX - dizendo ESFOLA, se ouve mata:



Atente-se na proclamação da sentença: o mullah, escudado no Alcorão, conduz o abatido pai (ex-pai) a par com o mayor local:


Não há contraditório; além do dilema moral do mecânico, a que já se fez referência. Tudo é surreal e linearmente cruel-izado quão simplificado. Qual esforço subliminar, nada! É bom que se repitam os memes de serviço, lest a mensagem breake. A mensagem só pode ser de "estado". É simbólica mas aspira ao realismo, não te rias que é o drama. Ãh?
 
Na hora da verdade, eis o rosto da 'guarda', um de dois supostos agentes, que aparecem out of the blue para assegurar a 'segurança' do apedrejamento. Nada de identificações, tampouco fardados. Nada há que saber a não ser o que já foi dito e tão forçadamente se ilustra: o ayatollah de refª é mau e o país vive nas trevas teocráticas:





Olha lá ele, em efígie à escala, observando qual Big Brother o largo onde decorrerá a infame delapidação:




Islão-Irão = modo turba, pois; a coisa é de tal ordem que quase ninguém escapa à vertigem, repete-se à saciedade.




Os próprios filhos da 'adúltera' são incitados pelo pai 'ofendido', pelo avô, pelo clérigo e pela comunidade a lançar sua pedrada.





Sempre alegado, para não fazeres confusão, o leitmotiv é God himself, vê lá a hipocrisia destes muçulmanos - e se ainda tiveres ligado, a paixão à escala, sanguinolenta.



Vale-nos a excepção que confirma a regra e, abnegadamente, fura o bloqueio daquela gente.




Depois de tão grande pedra [talking monolithism here!], alguma vez tal regime neo-medieval pode conceber qualquer espécie de nuclear?


************** A coisa surte efeito. Pese embora um par de honrosas excepções, as 81 [and counting] reviews desta metragem no IMDb são altamente apologéticas. Em 7802 votos contados até à data, de resto, a média cifra-se nuns muito jeitosos 7.8 . Ora, se tecnicamente é quase-consensual que tratamos com uma fita bem foleira - acting & all -, é a riqueza humanista o principal mérito em questão, que relativiza ou deve relativizar a questão estética, digamos. Pois bem, de humanismo estamos conversando. Persepolis-The Stoning of... & A Death in Tehran, que analisaremos a seguir, têm como fio condutor a mesma agenda, salvaguardando nuances de género e tecnicidades: a mensagem é que conta, a agenda aplica-se tranquilamente e a malta ainda aplaude, bravo mundo novo. Nada incidentalmente, o Grande Irmão é o outro - o argueiro no olho do vizinho...



(...)

1.12.2013

RTP's "Portugueses no Mundo" @ Beirute - Working Review

À pergunta se é possível fazer um documentário sobre Beirute sem Sul, respondeu a RTP que sim. Dedicando à capital Libanesa um episódio da sua série 'Portugueses no Mundo', o ainda canal da república portuguesa promoveu um circuito pela cidade e em seu torno, um circuito que importa escrutinar pelo que evidencia mas sobretudo pelo que oculta.

Secil's in the house

Desde logo, como se referiu, o Sul de Beirute prima pela ausência. Mercê da selecção de portugueses residindo em Beirute ou arredores que efectuou, a Sul a equipa da RTP apenas visitou um par de localidades e em cada uma destas um nicho particular, como a unidade cimenteira agora detida pela Secil ["responsabilidade a produzir cimento"] e apresentada pelo nosso interlocutor, director financeiro, como fábrica modelar de convivência inter-religiosa, referindo a questão dos tempos de oração dos muçulmanos como resolvida, embora sem adiantar propriamente como. Na outra deslocação a sul, sudeste de Beirute, casa particular em zona de oliveiras, sua envolvente é referida como a de uma zona envelhecida, que só na altura da apanha da azeitona vê incrementar sua intensidade quotidiana - a maioria da população em idade e condição de, claro está, trabalhando na capital.

Solidere se bem

Se algures houve a expectativa de ver, neste doc., algo fora da box de classe alta, digamo-lo assim, que não nas entrelinhas, debalde intento. Tudo vai bem, apesar dos apesares, é a mensagem a reter, não subliminar mas repetida à saciedade. Apresentar Beirute e o Líbano, como qualquer lugar, a partir de meia dúzia de quotidianos e um par de visitas turísticas (les Jeitta Groutes ou Byblos, por exemplo) não pretende à partida garantir um olhar mais abrangente que por estas linhas se percebe claro que gostaria de ter, ligadíssimo, bem o sei, mas decerto escusaria de ser tão demarcadamente partidário. A melopeia da ode multiculturalista que se escuta sem reservas por entre os edifícios da moda, muitos dos quais com chancela da companhia que intitula o presente fragmento, oblitera o contexto de si própria na vertigem tão cronicamente característica do riquismo, sobretudo do novo. Num país em que tudo é política - e quase tudo é religião -, a apresentação do trance secularista - entendendo a guita do real estate que secularisticamente canibaliza - e modernista - concrete's, hèlas! - da Solidere perde-se sem que Saad Hariri e seu clã, sobretudo - e a coligação M14, at large - sejam sequer nomeados, quanto mais...política e religiosamente relacionados. É que as teias são mais que muitas e só para expor a ligação clientelar Saudi Hariri, Hariri-Geagea, Geagea-Falange & whatnot, um ai lai de ligações. Melhor, mesmo, entende a RTP, deixar cá políticas de fora, let alone oposições que MESMO AGORA, AKA as we speak, são GOVERNO, mais alone ainda o meio milhão ou quê que vive no tal Sul de Beirute, al-Dahiya al-Janubiya, onde 14 de Março não é bem aquela festa.

Festa? Alguém falou em festa?

Hype é que é tabaco. - Tu fumas, Anselmo?

Joggingzinho p'lo calçadão, fy Corniche, o postal da moda - e a moda é TOP -, lá vem o jet LAG da Paris do Médio Oriente. LE GLAMOUR - bynight ATÃO, ontem e hoje! Segundo a nossa interlocutora mais experimentada, "a vida era muito boa", "toda a gente vivia bem". Entre clubes e cabarés, muita socialização, mêmo se bem. OK, a "guerra" e quê, actualiza o registo nossa mais jovem - 39 - interlocutora, perguntando até em seu círculo sobre, mas... tal espírito de festa, MÓ', não tens hipótese, é SUPER! Super-animado, super na moda ("o mais decotado"), super aberto, super internacional,super hospitaleiro... Super enriquecedor! A vida é uma dádiva, a noite é cara ("género garrafas de U$ 2k") mas o ambiente...é de festa contínua. 

What happens in Gemmayzeh emulation nights, na marina Zeytouna yes all right, um apartzinho em Kraytem... UPa, get a life!


 *

A Síria não está além, no Vale de Biqaa não passada nada. Sul, Sul, Palestina... Qual? 2006 en passant mas não cheiras nada (ou só cheiras movida), look it up. Ou melhor, look it down, no mapa. Isreal, is... facing resistência à séria. Sul-Sul. Por onde passa o caminho para Jerusalém, Bayt ul Maqdis. Trajectórias. Inventariar trajectórias. De onde para onde o quê e como, quando. (...)

*

P.S. - já não há tugas na UNIFIL? Desses no comment, né RTP? É que, you see, para nossa própria segurança, é cena de estado e a tensão é tangível. Oh, lá estás tu, o doc. era sobre Beirute. Pois sim, mas deu para dar uma perninha às grutas e a Byblos. E quê? Lavagem patrimonial, that's all, atiras com o logo da UNESCO e 'tá safo, mas o maior contingente tuga no Líbano esteve ou está ao serviço do estado-maior do exército nacional.


(...)

antarab

antarab
Qulumryya